Ministro Joaquim Barbosa Presidente do STF |
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro
Joaquim Barbosa, se irritou com o representante da Ajufe (Associação dos Juízes
Federais do Brasil), nesta segunda-feira (8), durante audiência com associações
de magistrados. Na reunião, o ministro deixou clara sua insatisfação com
aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que prevê a criação de
mais quatro tribunais regionais federais no País.
Barbosa acusou os representantes das associações de terem
agido de maneira “sorrateira” para “induzir” os parlamentares ao erro, fazendo
o Congresso acreditar que a PEC traria benefícios.
— Pelo o que eu vejo vocês participaram de maneira
sorrateira da aprovação. São responsáveis, à surdina, pela aprovação.
O clima na audiência esquentou e Joaquim Barbosa pediu para
que o juiz baixasse o tom de voz e lembrou que ele estava no gabinete da
presidência do STF.
— Somente dirija a palavra quando eu lhe pedir!
Barbosa também lembrou o vice-presidente da Ajufe que ele
não havia sido convidado para a reunião e que deveria ficar apenas ouvindo.
Para o ministro, o juiz se comportou de “maneira imprópria”.
Mesmo com o clima tenso da audiência, o presidente da AMB,
Henrique Nelson Calandra, avaliou positivamente a reunião. Mas, ao fim do
encontro, em entrevista a jornalistas, fez uma reflexão sobre o “poder” de
Barbosa.
— A personalidade [de Joaquim Barbosa] é marcante, a mídia
já sabe disso. [...] Eu até falei para ele o exemplo de César [imperador
romano] que, sendo imperador do mundo andava alguém atrás dele dizendo “você é
mortal”. Por mais poder que qualquer um de nós tenha é um poder transitório.
Corporativismo
Além da Ajufe, o presidente do Supremo recebeu
representantes da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e da Anamatra
(Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) em seu gabinete,
no STF, em Brasília.
As associações entregaram a Joaquim Barbosa um documento com
as reivindicações da categoria que eles gostariam que fossem debatidas com o
ministro, que também presidente o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Barbosa aproveitou o encontro para manifestar sua
insatisfação com a aprovação da proposta que cria tribunais regionais federais
em quatro Estados do País (Paraná, Minas Gerais, Bahia e Amazonas), mesmo sem o
CNJ ter sido ouvido sobre o assunto.
O presidente afirmou que as associações agiram de maneira
corporativista, sem levar em conta os interesses da sociedade.
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