O Complexo da Maré ocupa uma área de 800 mil metros quadrados |
O engenheiro Gil Augusto Gomes Barbosa, de 53 anos, foi
baleado na cabeça na manhã deste sábado ao sair da Linha Amarela, uma das
principais vias expressas do Rio, e entrar por engano na Favela Vila do João,
no Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade. A vítima está internada em estado
grave. O catador de latas Josias Tenório da Silva, que passava a pé pela via
expressa, foi atingido por uma bala perdida nas nádegas e se recupera bem.
Segundo a Polícia Civil, Barbosa estava indo buscar sua
mulher no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, quando
recebeu uma ligação dela avisando que já estava num táxi a caminho de casa, na
Barra da Tijuca, Zona Oeste. O engenheiro, então, decidiu pegar um retorno,
entrou por engano na Vila do João, que fica às margens da Linha Amarela, e
acabou sendo atingido por um tiro, que a polícia suspeita ter partido de
traficantes.
Em depoimento a policiais da 21ª Delegacia de Polícia
(Bonsucesso), Silva disse que chegou a ver o carro do engenheiro entrando na
favela e, em seguida, ouviu os disparos. O veículo já foi periciado. Segundo a
polícia, o projétil que atingiu Barbosa entrou pelo vidro traseiro esquerdo do
carro. O engenheiro foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila do
João, e depois transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
Já o catador foi levado a um hospital particular em Olaria. Formado por quinze
favelas, cujo controle territorial é dividido por duas facções de tráfico de
drogas e por uma milícia, o Complexo da Maré possui cerca de 130.000 moradores
e atualmente é uma das regiões mais perigosas do Rio.
O conjunto de favelas é
cortado pelas três principais vias expressas da cidade: Linhas Amarela e
Vermelha, e a Avenida Brasil. A comunidade é rota obrigatória para quem chega
ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim e precisa se deslocar em direção
ao centro, à Zona Sul ou à Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A Maré deve ser a
próxima região a ser ocupada pelas forças de segurança para instalação de
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
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