José Roberto Ornelas de Lemos, diretor e filho do dono do jornal "Hora H |
Rio de Janeiro, 12 jun (EFE).- O empresário José Roberto Ornelas de Lemos, diretor e filho do dono do jornal "Hora H", de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi morto a tiros na noite de ontem, terça-feira, informou nesta quarta-feira a polícia. O empresário foi morto com pelo menos 44 tiros, o que seria indicaria um crime encomendado, segundo os investigadores da 58ª Delegacia de Polícia Civil do Rio de Janeiro a cargo do caso.
O jornalista havia recebido várias ameaças por suas atividades, segundo José Lemos, pai da vítima e proprietário e fundador do jornal que circula na chamada Baixada. "O jornal é muito forte na região. A gente vinha batendo muito em alguns assuntos", disse Lemos, quem admitiu que usa um carro blindado devido às ameaças.
O empresário foi baleado por um grupo de pistoleiros encapuzados quando estava com alguns amigos em uma padaria do município de Nova Iguaçu à qual acostumava comparecer no final do expediente. Os assassinos estavam em um veículo que estacionou à frente do estabelecimento e atiraram do próprio carro.
"Vamos tentar apurar como tudo aconteceu e qual foi a motivação do crime. Temos informações de que o jornal dele era combativo e fazia muitas denúncias", afirmou a delegada de polícia Tércia Amoedo, diretora do Departamento Geral de Polícia da Baixada Fluminense.
A polícia, no entanto, não descarta qualquer hipótese em relação ao crime devido a que o empresário se tinha envolvido em algumas polêmicas. Lemos foi detido em 2003, acusado de financiar os pistoleiros que assassinaram o então subsecretário de governo de São João de Meriti, Kennedy Jaime de Souza, em um crime que foi atribuído a disputas por um desvio de recursos públicos. O empresário respondia às acusações em liberdade.
Segundo estatísticas da organização internacional Campanha Emblema de Imprensa (PEC, na sigla em inglês), que defende a liberdade de imprensa, o Brasil foi um dos países mais perigosos para os comunicadores no primeiro trimestre deste ano, período no qual ocorreram três assassinatos.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), por sua vez, classificou o Brasil como o quarto país mais perigoso do mundo para a imprensa em 2012 devido ao aumento dos assassinatos, da impunidade que cerca os crimes e das medidas de censura judicial. Segundo a CPJ, dos oito jornalistas assassinados no Brasil entre 2011 e 2012, seis tinham feito denúncias sobre corrupção ou sobre grupos criminosos e todos trabalhavam fora dos grandes centros urbanos.
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